segunda-feira, 21 de novembro de 2011

E por falar em voltar,

Nunca sai de carro (de casa, de você) sem destino. Então não sei bem o que eu faço depois de tirá-lo da garagem só porque nessa noite está chovendo, e dentro de casa (do outro lado do telefone, de mim) não há ninguém. Nem luz há.

Talvez eu pudesse ir até o fim da Afonso Pena. Talvez até a casa de uma das minhas irmãs, mas sem necessariamente entrar. Não, não quero falar com ninguém. Talvez uma volta no quarteirão... talvez até a gasolina acabar. Eu preciso voltar?

Aos (uns) 18, Zélia Duncan repetia bem no meu ouvido, como que um segredo,  que se você vai por muito tempo, você nunca volta. Você retorna, você contorna, mas não tem volta. E desde então, num esforço quase que inconsciente, quase que anestesiante, nunca deixei esse tempo se tornar tanto tempo a ponto de isso acontecer. Mas, na boa, quanto tempo é muito tempo? No amor? Quase nada... Retornei e retornei sem nem perceber que eu não estava voltando.

Mas não tem re volta, não.

É preciso voltar ao começo para entender o fim.
E, às vezes, é preciso não voltar para recomeçar.

Deixa, deixa a gasolina acabar.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Manual de instruções

Queria te fazer um manual de instruções pra brincar comigo.

Não me ame porque eu pareço frágil.
Porque eu pareço amável.
Porque eu pareço você.
Não me ame por um porquê.
Não me ame porque eu pareço perdida.
Não me ame, que eu estou perdida.
Não me ame.
- eu vou perder você.

E não se esqueça: eu não quebro fácil.