segunda-feira, 28 de abril de 2008

"Quando você deixa, até o amor acaba."

Eu não acredito mais que amor ou amizade, que é nada mais nada menos que um certo tipo de amor sem sexo, não acabem nunca. Acabam sim. Até os verdadeiros. E não tem essa história de que se acabou não era nem um nem outro. Era sim, caralho! Naquele momento, naquela vida, era, e quem vai dizer que não?
O que eu posso fazer se naquele tempo eu matava e morria por você e hoje eu num deixo nem de assistir novela pra te atender?
Vai me dizer que antes era o que? E que agora ainda o é?
Me poupe. As coisas têm um fim, sim. E não há nada que se possa fazer contra isso, depois que você deixa que acabem.

sábado, 26 de abril de 2008

" Olhares de Reprovação "

Não!! Nem ouse pousar esses olhares de reprovação em mim, hoje! Passe reto, finja que me desconhece, sequer me olhe! Que quando me olha com eles... Me faz criança... E daquela que fez coisa errada! A ponto de quase brotar desculpas pela minha boca. Ou um tom “sincero” de “não me castigue, por favor, que eu não vou fazer isso de novo!” acompanhado daqueles olhos de piedade. E é nesses meus olhos de piedade refletidos nos seus de reprovação, onde consigo ver que os meus já não podem mais te mentir... Abrem-se revelando que sou capaz até de te reconhecer razão, só para, inconscientemente, te ver feliz... ( ? ).
Abaixo o olhar em seguida, vencida. E vou. Mas comigo também vai a queimação na bochecha e o coração na boca, a impressão de que estou fazendo coisa errada e só você sabe! Como se, longe dos seus olhares, eu me enganasse deliberadamente, para que depois, só neles me encontrasse.. Percebe que é como se o único lapso de sinceridade que eu respiro, na falsificação calculada dos meus dias, surgisse sob os teus olhares de reprovação? Sob eles, que despem meus pensamentos mais íntimos e secretos para você. E que eu, pobre de mim, não consigo evitar... E onde graças a eles vem você, então, e conhece a minha realidade inventada... Os desejos que, intimamente, sustento. E depois que se faz de tudo isso conhecido, atrelado aos meus atos públicos, vem você e me reprova num olhar como se visse prazer em me reprovar (e demonstrar isso...).
E eu? Eu tomo você por consciência e acabo por concordar com tudo que você (mesmo que com o olhar) diz no final.. No final, onde só a gente conhece isso... ou se condena junto... ou se conversa assim. Como se fosse sequer possível essa nossa cumplicidade...
Ah. Mas eu, a despeito da criança que me despertas, não sou ingênua assim como teus olhares me fazem me sentir nos minutos em que me olham! Sei muito bem que não é assim... Não há essa minha passividade. Não há cumplicidade nenhuma. E, sinceridade, sinceramente, não há. Mas quer saber? Isso não me incomoda em nada. São seus olhos de reprovação que me matam. Guarde-os para você, para o espelho, ou no mínimo para quem lhe deve satisfação... Que eu não devo nada a ninguém e, mesmo se devesse, não seria para esses olhos teus a me reprovar...

Já que não me entendes... Não me julgues, não me tentes. - Muito menos me reprove -.

"Pra todo fim, um recomeço."

Porra, meu (pois é, paulistanos estão me influenciando), como se já não bastasse ser ruim o suficiente por um fim em alguma coisa, a gente ainda tem que recomeçar do zero? Lembro-me de um diálogo em P.S. Eu Te Amo que dizia algo mais ou menos assim:

" - Preciso achar um par de sapatos novos. Sapatos que não me apertem. Sapatos que sirvam.- Por que você não anda um tempo descalça? "

Acontece que eu já andei um tempo descalça. Eu andei a minha vida inteira descalça, eu andei no último mês. E tá, tudo bem, é muito legal, mas chega uma hora em que cansa. Não fica mais tão divertido ou libertador assim.

Só de pensar em ter de recomeçar tudo de novo, entretanto...
Em esperar, pacientemente, o tempo transformar afinidade em intimidade.
Em ir construindo, dia após dia, a tal da confiança, que você sabe, você bem sabe, que num sopro de segundos pode cair impiedosamente aos seus pés.
Só de pensar em ter de colocar as minhas mãozinhas queimadas no fogo novamente.

Puta que o pariu.

Meus sapatos antigos já rasgaram, mas enquanto não houver preços melhores, não tenho dinheiro para sapatos novos.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

“Ame como se nunca tivesse sido magoado.”

Difícil, mas 100% possível depois de TEMPO.
O meu Deus é o tempo. Não tem jeito. Com Ele, tudo se ajeita.
Não creio que seja ele o senhor responsável em acertar as coisas como eu queria que elas fossem. Ele simplesmente faz com que aquilo que parecia tão vital e supra-importante naquela hora, perca um pouco ou o total da sua razão de existir com a chegada de outras coisas. Com ele eu bem aprendi que absolutamente nada nem ninguém dessa vida é insubstituível.
Isso não me deixa, porém, muito à vontade em substituir as pessoas que fizeram parte dela em algum momento, como num jogo de futebol, mesmo elas falhando ou faltando todos os dias.
Mas se você jogar uma bola verde na parede, ela voltará verde. Se jogar forte, ela voltará forte. É a lei natural das coisas. Você colhe o que você planta. Você é eternamente responsável por aquilo que cativas – e aquilo que deixas de cativar, também. Se acaso caso for de você ter de sair do meu caminho é porque você fez por onde. Não deixe de fazer uma boa viagem, mesmo assim. E sem volta. Posso sentir a tua falta como se me faltasse um dente da frente. Mas com o meu Deus, o meu sorriso não ficará incompleto eternamente.
Amar, sim, é reconhecer-se, eternamente, incompleto.
Mas amar a si mesmo é maior. É nunca deixar de completar o que já não existe mais. Sem dó, sem drama, sem fé de que tudo vai voltar a ser como antes. O minuto atrás acabou de ser substituído por esse.
Cresça. A vida é um ciclo infinito de minutos incontínuos e substituições constantes.
Aceite seu destino.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Pra começar.

Quando eu tinha uns 13 anos, eu tive, por um ano, uma cachorrinha a mais na minha casa. Ela tinha um problema no esôfago desde pequenininha, então tínhamos que revezar pra bater a ração dela e dar na boca – de colherinha!
Mesmo assim ela vivia passando mal e indo pro veterinário. Tanto é que morreu logo depois. Eu não chorei.
Eu gostava tanto dela e não chorei.
Usei o sofrimento que ela tinha quando viva como pretexto pra justificar como boa a morte dela. Ficava dizendo que tinha sido melhor, que agora ela não sofria mais, etc, etc...
Acho que a gente sempre faz assim.
Quando uma coisa muito ruim acontece, a gente procura de todos os jeitos e em todos os lugares uma válvula de escape. E quando a gente procura, a gente acaba encontrando...
Mas até onde isso é saudável? Essa fuga...
Talvez a gente devesse encarar a coisa toda de frente, de uma vez só. E se doer muito na hora, foda-se... Tudo passa.
O ruim é ter de ficar recorrendo toda hora a um esconderijo qualquer. De repente a gente não encontra nenhum...
E aí?