segunda-feira, 21 de novembro de 2011

E por falar em voltar,

Nunca sai de carro (de casa, de você) sem destino. Então não sei bem o que eu faço depois de tirá-lo da garagem só porque nessa noite está chovendo, e dentro de casa (do outro lado do telefone, de mim) não há ninguém. Nem luz há.

Talvez eu pudesse ir até o fim da Afonso Pena. Talvez até a casa de uma das minhas irmãs, mas sem necessariamente entrar. Não, não quero falar com ninguém. Talvez uma volta no quarteirão... talvez até a gasolina acabar. Eu preciso voltar?

Aos (uns) 18, Zélia Duncan repetia bem no meu ouvido, como que um segredo,  que se você vai por muito tempo, você nunca volta. Você retorna, você contorna, mas não tem volta. E desde então, num esforço quase que inconsciente, quase que anestesiante, nunca deixei esse tempo se tornar tanto tempo a ponto de isso acontecer. Mas, na boa, quanto tempo é muito tempo? No amor? Quase nada... Retornei e retornei sem nem perceber que eu não estava voltando.

Mas não tem re volta, não.

É preciso voltar ao começo para entender o fim.
E, às vezes, é preciso não voltar para recomeçar.

Deixa, deixa a gasolina acabar.

5 comentários:

Chloé Pissini disse...

É... Chuva faz bem a quem escreve! rs

ps. Tô esperando, esperando!

Amanda Schuler disse...

Queee lindo texto!
adoooreii
tá na hora de deixar acabar a gasolina!

beijo

Feminina e Vaidosa disse...

Adorei o texto.. fechei os olhos e me vi em campo grande, na chuva, dirigindo o carro e pensando... tem como o tempo voltar? Pq eu queria muito isso...
Obrigada pelas visitinhas, LInda!
Deixa de ser boba e dá uma olhadinha nos sorteios, a maioria é só de seguir o blog e preencher o formulário!
beijos

Ray* disse...

sem destino é o que quero muitas vezes!

beijos

Ticiana Araujo disse...

Ana, que texto lindo!
AMEI!