quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Verdade

Eu não canso de me arrepender. Não canso de fazer perguntas sem respostas, de me questionar por que fui fazer isso ao invés daquilo, por que não disse exatamente tal coisa ou por que eu não posso simplesmente voltar uns meses de vida e não esfaquear oportunidades que hoje eu lamento, irresistivelmente, ter esfaqueado até a morte. Não canso de exaltar um passado que não tem a menor possibilidade de voltar, de me condenar por um erro irreversível. Aliás, eu até hoje não tenho bem certeza se existe algum que se reverte mesmo... Não canso de trair a mim mesma, fazendo, sentindo, falando e até comendo exatamente o que eu me prometi nunca mais, nunca mais, voce tá me ouvindo?
E eu não vou me cansar nunca. Se engana você se acha que pode continuar assim que um dia vai se cansar, mais do que todas as outras vezes em que disse que estava exausto, que não aguentava mais, que aquela era a última vez.

Se lamentar não cansa, meu amigo. Vicia.
Você, assim como eu, só vai parar o dia em que perceber que supervalorizamos demais nossas escolhas pessoais. E isso pode demorar muito, muito mesmo, se contarmos com a nossa deseperada necessidade em pertencer, em nos sentirmos com alguma significância nesse mundo. Ainda mais quando não temos ninguém para dizer que pelo menos na vida dessa pessoa significamos.

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