sábado, 9 de maio de 2009

"Parei de te amar
Às 23h44min do dia 9
Do céu sem luz
E as ruas nuas de Barretos."

9 de janeiro de 2008
A lápis e letra de forma
No verso de "Amor nos tempos do cólera"
Movida à cólera.
Irônico, não?

Queria que essa exatidão fosse sincera.

Queria poder dizer assim tão exatamente quando foi que você mudou.
Ou onde. Ou porquê.
Só posso dizer onde ou quando eu percebi.
E que acho ter alguma coisa a ver com isso.

Todo mundo tem alguma coisa a ver com o que o outro se torna.
Uns mais. Outros menos.
Eu, no seu caso, tudo.

O seu descontrole.
A sua desnatureza.
Sua rudeza fora de equílíbrio.
- O seu desequilíbrio.
A imaturidade escancarada nas frases.
A insegurança. A cabeça-dura. O ciúme.
Tudo.
E nada.

Nada disso é o que me irrita e o que me machuca.
Sou eu.

Eu, por ter gerado isso, dia após dia.
Por ter parido isso.
Por ter concebido você.
Assim.
Pior.

Sabe, é duro quando vem um caminhão e destrói tudo que a gente é.
Mas mais duro ainda é ser esse caminhão. É destruir nós mesmos e, com o que somos, o que os outros eram. O que os outros tão brilhantemente eram.

Às vezes é por inveja.
Por ciúme ou por ambição.
Na pior delas, por amor.

Ou pela negligência com que tratamos ele.
Nunca podemos nos esquecer de que nada, nem o amor, muito menos o amor, é auto-suficiente.

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