terça-feira, 22 de abril de 2008

Pra começar.

Quando eu tinha uns 13 anos, eu tive, por um ano, uma cachorrinha a mais na minha casa. Ela tinha um problema no esôfago desde pequenininha, então tínhamos que revezar pra bater a ração dela e dar na boca – de colherinha!
Mesmo assim ela vivia passando mal e indo pro veterinário. Tanto é que morreu logo depois. Eu não chorei.
Eu gostava tanto dela e não chorei.
Usei o sofrimento que ela tinha quando viva como pretexto pra justificar como boa a morte dela. Ficava dizendo que tinha sido melhor, que agora ela não sofria mais, etc, etc...
Acho que a gente sempre faz assim.
Quando uma coisa muito ruim acontece, a gente procura de todos os jeitos e em todos os lugares uma válvula de escape. E quando a gente procura, a gente acaba encontrando...
Mas até onde isso é saudável? Essa fuga...
Talvez a gente devesse encarar a coisa toda de frente, de uma vez só. E se doer muito na hora, foda-se... Tudo passa.
O ruim é ter de ficar recorrendo toda hora a um esconderijo qualquer. De repente a gente não encontra nenhum...
E aí?

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